'Para desvendar a vida não bastam as ciências, são necessárias também as letras e as artes. E para viver a vida verdadeira, a vida por inteiro, é preciso a ela entregar-se com amor e paixão'.


quinta-feira, 31 de março de 2011

Ordem


Mariana havia se casado com aquele que ela acreditava ser o homem de sua vida. Tudo era absolutamente e assustadoramente perfeito. Assustadoramente, porque todos sabemos que na vida as coisas não são como nos filmes. Contudo, para a própria Mariana e os observadores menos atentos, a vida do ‘casal modelo’ era definitivamente um mar de rosas. Eles vivam numa casa tão grande que mais parecia um palácio, eram lindos e inteligentes, e o Amor, ah o Amor, de tão grande borbulhava como espumante em um copo de cristal importado. Nada estava fora da ordem, nada poderia estar fora da ordem. E assim eles eram o alvo de fotos de coluna social e viviam ‘la vie en rose’.

Tudo perfeito até o dia em que a verdade literalmente caiu sobre Mariana. Naquela ocasião, Mariana chegou mais cedo em casa por conta de um coquetel que eles iriam à noite. Pegou seu vestido na lavanderia e pretendia arrumar o traje que o marido usaria à noite. Quando entrou no closet dele, percebeu que havia uma caixa parda com uma fita azul meio torta e quase caindo de uma prateleira bem alta. Ela achou aquilo muito estranho, pois nunca tinha visto aquela caixa por ali. Mariana subiu num banquinho e puxou a fita da tal caixa, que caiu e esparramou seu conteúdo no chão do closet. Quando Mariana olhou, não podia acreditar nos seus olhos: se tratavam de muitas, centenas de fotos de mulheres da sociedade e, pasmem, de homens também. O mais engraçado é que na grande maioria delas, o ângulo em que as fotos foram tiradas parecia o de um observador escondido. Mariana começou a olhar as fotos uma a uma sem entender o exato significado daquela enorme quantidade de material até chegar numa parte mais ‘reveladora’, que fez com que ela sentasse, meio sem equilíbrio, no tal banquinho auxiliar. Agora se tratavam de cenas de sexo nas fotos: de pessoas conhecidas deles, de mulheres nuas, de homens nus, de relações homossexuais e, finalmente, do próprio marido participando de algumas dessas cenas. Ela ficou tão perplexa que não sabia o que dizer. Abriu-se diante dela um universo e uma parte da alma de seu marido que ela jamais imaginaria existir. Ela sentiu-se não somente traída, mas violentada, pois acreditava na sinceridade dele e pensou até aquele momento que eles fossem um o espelho do outro. Como seriam um o espelho do outro diante de todo aquele comportamento obscuro e bizarro? Ela abaixou a cabeça e chorou lágrimas tão doloridas como se fossem de sangue.

Ele chegou em casa como sempre alegre e sorridente, atributos que até então ela valorizava. Chamou pela mulher e não a encontrou em nenhuma parte. Foi até a cozinha e serviu-se de uma taça de vinho como sempre fazia e decidiu ir ao closet pegar uma roupa para tomar seu banho. Chegando lá, percebeu que a porta estava entreaberta e a luz acesa. Abriu a porta e viu as fotos espalhadas no chão e, ao olhar para a porta lateral do closet que dava para o quarto que ele mantinha só para ele, viu a mulher encostada no marco da porta. Cruzaram olhares apenas. Não foi preciso falar mais nada.

Mariana é um caso de muitos que devem existir. Não se pode conhecer o lado mais oculto de uma alma até que ele venha à tona por si. É preciso tomar cuidado diante de comportamentos assustadoramente impecáveis: alguma coisa pode estar fora da ordem.

Felicidades e sorte sempre!

Eleonora Reis.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Um Sonho de Luz ao Avesso


Nossa história de hoje começa em outro continente e em outro tempo: Paris 1800. Uma jovenzinha chamada Alaíde nascida na cidade de Lyon fez sua mala, despediu-se dos familiares e amigos e resolveu tentar a sorte na Cidade Luz: Paris. Ela tinha muitos recortes de revistas e jornais em seu quarto mostrando todas aquelas pessoas elegantes e seus trajes ricos. Sonhava em ser atriz de cinema e ficar muito rica e famosa. Seus familiares não concordavam com sua ida, mas ela trabalhou duro nos campos, guardou seu pagamento e comprou a passagem de trem Lyon-Paris para uma sexta-feira às 15h. Quando entrou naquele trem sentiu que o céu era o limite e que, a partir daquele momento, todos os seus sonhos poderiam se tornar realidade.

Como era inverno, ao chegar a Paris o céu estava cinzento e soprava um vento muito frio, mas Alaíde nem percebeu, pois ficou encantada com o brilho das luzes, com as vitrines, com todas aquelas pessoas a sua volta. Ela andou sem rumo por muitas horas até tarde da noite. Foi quando percebeu que devia encontrar um local para ficar. Viu um luminoso de um hotel, foi até lá e combinou um preço por semana com a dona. Quando estava subindo as escadas esbarrou num homem e suas coisas rolaram escada abaixo. Ele foi gentil e a ajudou a subir com a bagagem. Ela percebeu que ele era um tipo muito bonito e charmoso, ficando nitidamente impressionada. Eles se despediram e ela foi para o seu quarto com o plano de acordar cedo para buscar um emprego.

No dia seguinte, Alaíde esteve em inúmeros teatros para tentar fazer algum teste, mas não teve sorte em nenhum. No outro dia, fez o mesmo e sucessivamente todos os dias durante um mês. Aparentemente, o seu problema era não ter trabalhado anteriormente como atriz ou não conhecer as pessoas certas. Um dia, estava sentada no pequeno hall de entrada do hotel e começou a chorar, pois tinha medo de jamais concretizar seus sonhos. Nesse momento aquele homem do primeiro dia, chamado Giulio, desceu as escadas e ofereceu conforto a ela. Alaíde explicou a situação, então ele disse para ela colocar a sua melhor roupa e se maquiar que eles iam a um local onde ele poderia conseguir algo para ela. Foram ao Moulin Rouge, famoso cabaret e casa de shows de Paris. Alaíde ficou meio assim no princípio, mas ele garantiu que ela seria apenas dançarina de Can-can. O salário era muito maior do que as expectativas dela. Na realidade, ela nunca tinha visto tanto dinheiro na vida. Ela começou a ter um estilo de vida completamente diferente daquele em Lyon: bebia somente champanhe, vestia roupas finas e logo se tornou a rainha do espetáculo. Ela e Giulio se tornaram amantes e mantinham um relacionamento não muito sadio, pois ele era dominador e, às vezes, violento. Por conta de ter transformado ela na rainha do Moulin Rouge, Giulio começo a obrigar a ‘atender’ figurões importantes da cidade. Aquilo corroia a alma de Alaíde a ponto de deixá-la realmente muito infeliz. Ela fazia o seu show, atendia os clientes que ele arrumava, mas era a sombra da menina alegre que chegara a Paris.

Certo dia, na sua folga semanal, Alaíde fora até o centro da cidade. Naquele dia, estava sentindo-se particularmente miserável consigo mesma. Entrou numa igreja para rezar, pois se sentia impura. Quando estava ajoelhada rezando sentiu uma mão no seu ombro direito: ela virou-se rapidamente e viu uma grande amiga de Lyon sorrindo para ela. Elas se abraçaram e Alaíde começou a chorar. Quando ela olhou melhor viu que a amiga vestia um hábito e ficou muito surpresa. Conversaram e Alaíde explicou a situação que estava vivendo e como estava infeliz. A amiga disse que poderia conseguir abrigo para ela ali no convento até que ela conseguisse um emprego e que ela não devia mais se sujeitar a tudo aquilo. Alaíde fez as malas naquela noite mesmo, viveu no convento por um tempo que gostou da forma de vida que elas levavam servindo a Jesus. Alaíde de dançarina do Moulin Rouge se tornou freira sim. Hoje, ela vive em paz com sua mente e seu espírito.

Felicidades e sorte sempre!

Eleonora Reis.

terça-feira, 29 de março de 2011

A Escrita do Amor


Na antiga casa de campo que ficava muitas milhas de distância do pequeno povoado, Lady Charlotte passava seus dias de forma serena e bucólica. O marido, um alto oficial do exército, estava em missão já faziam muitas luas. Ela dividia a casa com alguns poucos serviçais que eram como se fossem sua verdadeira família. Passava a maior parte do tempo lendo, bordando, conversando com as amas ou fazendo longas caminhadas pelos campos. Sentia-se muito bem junto da natureza e, com freqüência, sentava-se embaixo de uma árvore centenária, descalçava os sapatos e sentia o frescor da grama nos pés.

Lady Charlotte vinha de uma família tradicional da corte inglesa, contudo ela era uma mulher muito simples em todos os aspectos. Além disso, ela valorizava assuntos que a maioria das damas da corte ou não conheciam, ou não se interessavam. Isso fazia com que ela ficasse um pouco distante, muitas vezes, mergulhada nos seus próprios pensamentos. Um belo dia, o marido trouxe de presente de uma viajem um lindo diário para Charlotte. Ele conhecia os pensamentos inspiradores da mulher, pois muitas e muitas noites de verão conversaram deitados na grama dos fundos da casa tendo o firmamento como testemunha. Conversavam a respeito de quase tudo: filosofia, astronomia, biologia, artes, religião e muitos outros assuntos de interesse dos dois. Um alimentava a sede de conhecimento do outro, o que tornava o relacionamento mais especial. Além disso, se amavam muito, o que fazia do relacionamento algo beirando a perfeição. Quando o marido estava em casa, Lady Charlotte aproveitava para ficar o máximo do tempo com ele, mas assim que ele partiu em viajem novamente ela lembrou do presente que havia ganho. Foi até a antiga escrivaninha, ajeitou a longa saia ao sentar-se na cadeira, abriu o belo livro de couro dourado e pegou a pena que o marido também havia lhe dado de presente numa outra ocasião. Lady Charlotte começou a escrever seus pensamentos como num impulso, de forma rápida e instintiva. O primeiro tema que ela escolheu e, sobre o que dedicou quase toda a sua escrita, foi o Amor. Lady Charlotte escrevia a respeito do sentimento em si, sobre o que sentia pelo marido e sobre tudo que havia lido a respeito do Amor em alguns livros franceses que um importador a vendera. Era o seu tema favorito. Claro que escrevera sobre outras coisas e, até mesmo sobre etiqueta de noivas, escrevera. Eram temas bastante variados. O livro dourado terminou e o marido comprou mais dois porque estimulava a vocação natural da mulher. Lady Charlotte seguiu escrevendo todos os dias.

Numa reunião entre pessoas da corte, oficiais e intelectuais da cidade na casa de campo do casal, o livro dourado de Charlotte fora deixado por descuido em um aparador próximo à sala de jantar. O editor do jornal local ao passar pelo belo livro não resistiu e resolveu dar uma olhada no conteúdo: ele se afastou do grupo e sentou-se numa sala lateral para ler, onde permaneceu a noite toda. Quando todos já estavam se despedindo, o editor aproximou-se de Charlotte, entregou o livro e perguntou se ele pertencia a ela. Charlotte enrubesceu e escondeu o livro rápido embaixo do fino casaco de renda. O marido aproximou-se sorrindo ao ver a cena, pois tinha sido ele que deixara o livro ali de propósito. O editor disse que achava o conteúdo publicável na forma de um livro e que ele poderia ajudar no processo. Daquela noite em diante, muitas coisas mudaram na vida de Lady Charlotte: ela virou cronista no jornal local, publicaram seu livro na Inglaterra e em diversos países da Europa e ela começou a escrever seu primeiro romance.

Lady Charlotte não buscava fama ou dinheiro quando colocou todos os seus sentimentos naquele livro dourado. Ela simplesmente desejou expressar-se de alguma maneira. Muitas pessoas gostaram da leitura e concordaram com suas idéias, muitas outras não. O que Charlotte fez naquele tempo antigo, numa singela casa de campo ficou gravado no tempo. Suas idéias a respeito do Amor estarão vivas em seus livros hoje e sempre.

Felicidades e sorte sempre!

Eleonora Reis.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Ciúmes de Você


Lucimar ficou enfurecida de ciúmes de Leonardo: estavam entre amigos e uma garota nova no grupo não tirava os olhos dele, além de se insinuar o tempo todo. Lucimar, que sempre tivera muita atitude, pegou a bolsa e saiu pisando firme pela porta lateral da imensa casa. Quando Leonardo a procurou ela já havia ido embora sem sequer dizer uma palavra.

Magda não pode acreditar quando viu o namorado conversando com uma antiga colega de colégio com imensa intimidade. Aquilo era demais para ela. Do alto de seu salto 15 ela colocou as mãos na cintura e encarou os dois num ato de intimidação. Como eles apenas ficaram olhando para ela sem entender nada, ela saiu batendo o salto no piso frio do salão de convenções sem olhar para trás. João pensou em impedir a namorada de ir embora, mas conhecia seu gênio explosivo, então preferiu esperar até o dia seguinte.

Duas histórias típicas de uma ‘patologia’ que interfere muito nos relacionamentos afetivos: crise de ciúmes aguda. Esses dois casais são fictícios, mas digamos que isso acontecesse na vida real: em ambos os casos terminar um relacionamento assim, num momento de raiva, definitivamente não é uma boa escolha. Muitas vezes, os ciúmes são infundados, principalmente quando um casal se ama de verdade. Dessa maneira, o mais correto é esperar esfriar os ânimos daquele primeiro momento e no dia seguinte procurar o parceiro, para que as coisas possam ser devidamente esclarecidas. Muitas pessoas que têm personalidade forte demais podem, por equívoco, não aceitar conversar. Minha sugestão é apenas uma: uma briguinha boba por um motivo infundado pode acabar com o relacionamento da sua vida, dessa maneira, eu continuaria tentando conversar com a pessoa. Não apenas no Amor, mas em diversas situações faz-se necessário sentar diante de um colega, amigo ou familiar e expor algo que o incomoda ou algum comportamento que você não concordou. Essa é uma forma justa de acertar as diferenças, visto que todas as pessoas que fazem parte de nossa vida têm seu valor. Claro que, como em tudo, também existem exceções a essa regra. Contudo, não desejo abordar coisas ruins hoje.

Vamos ver como poderia ser o desfecho dessas duas histórias:

Leonardo telefonou preocupado para namorada, mas ela não atendeu. Ele sentiu que devia dar um espaço para ela pensar. No dia seguinte, foi a uma livraria e comprou um livro de poemas do autor favorito dela. No horário que ele sabia que ela chegaria do trabalho, ele estacionou o carro na frente da casa dela. Ela vinha com semblante triste e se surpreendeu ao ver Leonardo. Ele saiu do carro, fez um carinho no rosto da namorada e a olhou nos olhos: explicou que tudo fora um grande mal-entendido e deu o presente a ela. Disse que a amava verdadeiramente. Eles se beijaram por longos minutos tendo um lindo crepúsculo como cenário de fundo.

Magda era aquele tipo de mulher voluptuosa cheia de decotes, pulseiras, caras e bocas. Estava voltando do almoço: pegou o elevador, apertou no sexto, que era o andar onde ela trabalhava e aproveitou para passar batom diante do espelho. Quando a porta se abriu, ela viu pelo reflexo seu namorado segurando um imenso ramalhete de rosas vermelhas. Ela se virou e, num primeiro momento, nem quis receber o presente. Eles foram para um café no segundo piso e conversaram sobre o ocorrido. Depois de todas explicações, Magda sentiu-se mais segura em relação ao namorado. Ele segurou sua mão, puxou-a para perto e a beijou com carinho.

Com esclarecimento das dúvidas, sempre se pode ter um final feliz para o Amor. Basta apenas conversar.

Felicidades e sorte sempre!

Eleonora Reis.

domingo, 27 de março de 2011

Gotas do Evangelho I


Não Vim Trazer A Paz, Mas A Espada

9 – Não julgueis que vim trazer paz a Terra; não vim trazer-lhe paz, mas espada; porque vim separar o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; e os inimigos do homem serão os seus mesmos domésticos. (Mateus, X: 34-36).
10 – Eu vim trazer fogo à Terra, e que quero eu, senão que ele se acenda? Eu, pois, tenho de ser batizado num batismo, e quão grande não é a minha angústia, até que ele se cumpra? Vós cuidais que eu vim trazer paz à Terra? Não, vos digo eu, mas separação; porque de hoje em diante haverá, numa mesma casa, cinco pessoas divididas, três contra duas e duas contra três. Estarão divididas: o pai contra o filho, e o filho contra seu pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra sua nora, e a nora contra sua sogra. (Lucas, XII: 49-53).


13 – Jesus vinha proclamar uma doutrina que minava pelas bases a situação de abusos em que viviam os fariseus, os escribas e os sacerdotes do seu tempo. Por isso o fizeram morrer, julgando matar a idéia com a morte do homem. Mas a idéia sobreviveu, porque era verdadeira; desenvolveu-se, porque estava nos desígnios de Deus; e nascida numa pequena vila da Judéia, foi plantar a sua bandeira na própria capital do mundo pagão, em face dos seus inimigos mais encarniçados, daqueles que tinham o maior interesse em combatê-la, porque ela subvertia as crenças seculares, a que muitos se apegavam, mais por interesse do que por convicção. Era lá que as lutas mais terríveis esperavam os seus apóstolos; as vítimas foram inumeráveis; mas a idéia cresceu e saiu triunfante, porque superava, como verdade, as suas antecessoras.

14 – Observe-se que o Cristianismo apareceu quando Paganismo declinava, debatendo-se contra as luzes da razão. Convencionalmente ainda o praticavam, mas a crença já havia desaparecido, de maneira que apenas o interesse pessoal o sustinha. Ora, o interesse é tenaz, não cede nunca à evidência, e irrita-se tanto mais, quanto mais peremptórios são os raciocínios que se lhe opõem e que melhor demonstram o seu erro. Bem sabe que está errado, mas isso pouco lhe importa, pois a verdadeira fé não lhe interessa; pelo contrário, o que mais o amedronta é a luz que esclarece os cegos. O erro lhe é proveitoso, e por isso a ele se aferra, e o defende.
Sócrates não formulara também uma doutrina, até certo ponto, semelhante à do Cristo? Por que, então, não prevaleceu naquela época, no seio de um dos povos mais inteligentes da Terra? Porque os tempos ainda não haviam chegado. Ele semeou em terreno não preparado: o paganismo não estava suficientemente gasto. Cristo recebeu a sua missão providencial no tempo devido. Nem todos o homens do seu tempo estavam à altura das idéias cristãs, mas havia um clima geral de aptidão para assimilá-las, porque já se fazia sentir o vazio que as crenças vulgares deixavam na alma. Sócrates e Platão abriram o caminho e prepararam os Espíritos. (Ver na Introdução, parágrafo IV: Sócrates e Platão, precursores da idéia cristã e do Espiritismo).

16 - Quando Jesus disse: Não penseis que vim trazer a paz, mas a divisão – seu pensamento era o seguinte:
“Não penseis que a minha doutrina se estabeleça pacificamente. Ela trará lutas sangrentas, para as quais o meu nome servirá de pretexto. Porque os homens não me haverão compreendido, ou não terão querido compreender-me. Os irmãos, separados pelas suas crenças, lançarão a espada um contra o outro, e a divisão se fará entre os membros de uma mesma família, que não terão a mesma fé. Vim lançar o fogo na Terra, para consumir os erros e os preconceitos, como se põe fogo num campo para destruir as ervas daninhas, e anseio porque se acenda, para que a depuração se faça mais rapidamente, pois dela sairá triunfante a verdade. A guerra sucederá a paz; ao ódio dos partidos, a fraternidade universal; às trevas do fanatismo, a luz da fé esclarecida” . (Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 23 – Moral Estranha).

Esses são alguns trechos – ou gotas – do capítulo 23 para transmitir a sua idéia principal. A sugestão é ler a passagem completa acessando o link:

http://evangelhoespirita.wordpress.com/capitulos-1-a-27/cap-23-moral-estranha/nao-vim-trazer-a-paz-mas-a-espada/

Uma ótima semana a todos! Felicidades e sorte sempre!

Eleonora Reis.

sábado, 26 de março de 2011

Guerra Insana


Existem certas coisas que me causam náuseas e enjôo ao mesmo tempo. Não, eu não estou grávida! Longe disso. O que me causou náuseas e enjôos hoje foram duas coisas distintas, mas que têm uma mesma raiz.

A primeira delas foi uma história que li e que me deixou realmente revoltada: tratava-se de uma questão de ódio e discriminação racial entre duas pessoas. Segundo o relato, duas garotas na faixa dos 17 e 18 anos andavam juntas como amigas, mas uma delas nutria um forte sentimento de raiva pela outra por esta ser de origem judaica. Ela jamais transparecia isso, muito pelo contrário, ela parecia ser a melhor amiga da outra moça. Essa menina tinha uma mente conturbada e desejava se vingar da suposta ‘amiga’ de alguma forma. Ela arquitetou o plano mais diabólico que eu já vi em toda a minha vida: numa festa apresentou à amiga um rapaz muito bonito com quem tinha previamente acertado tudo que planejara. Ele era aquele tipo que toda garota cairia nos encantos e não foi diferente com a garota alvo do plano. O grande problema é que ele tinha HIV e nunca mencionou nada à garota que acabou por tornar-se a sua namorada. Imaginem só! Final trágico da história: a garota contraiu o vírus, ficou seriamente doente e morreu de AIDS. Então, eu me pergunto: até onde vai a insanidade humana quando diz respeito ao sangue, cor, raça, gênero e tantas outras coisas que eu sempre faço questão de ressaltar? O que essa ‘amiga’ fez com a outra é silenciosamente oferecer o seu atestado de óbito de presente. Imaginem só! Ela sabia que se eles tivessem relações sexuais cedo ou tarde ela ficaria doente. Isso não é o cúmulo do sangue frio e do comportamento psicopata? Hoje, eu inclusive coloquei no meu facebook um post que dizia:’ Você daria um bombom envenenado para o seu bebê comer?’ e acredito que ninguém entendeu nada. Foi justamente depois que li a história e, então, eu usei uma figura de linguagem. Cruel, brutal e, infelizmente, vida real. Existem sádicos e loucos de todo gênero mesmo.

A segunda coisa intragável da noite foi minha péssima escolha de filme para assistir no cinema. Um filme de guerra, eu sei, mas pensei que pudesse ser mais ‘light’. Eu creio que não agüentei até a metade. Podem me chamar de ‘mulherzinha’, pois é o que eu sou mesmo. Eu não gosto de violência, eu detesto brutalidade e eu sou contra a guerra. Qual guerra? Qualquer tipo de guerra: seja de luta armada, seja a guerra urbana, seja a guerra entre as pessoas de uma forma geral, que todos sabem acontecem e muito. No fundo o que relatei acima também é uma forma de guerra e, por isso, conclui que os temas estavam intimamente ligados. Uma das coisas que eu penso sempre é como as pessoas se degladiam todos os dias das mais variadas formas e depois colocam a cabeça no travesseiro e dormem tranqüilas imaginando que nunca serão cobradas pelos seus pequenos (ou grandes) crimes. Claro que serão. Esperem e verão. Cedo ou tarde se não for pela justiça dos homens será pela justiça de Deus. Pessoas que não têm caráter ou escrúpulo algum sempre pensam que passarão impunes. Pensam que podem sair fazendo e dizendo o que bem quiserem para esmagar os outros. Vergonha é o que eu sinto delas. Pena é o que eu sinto logo em seguida. Deus tenha misericórdia de todos nós e devolva a paz para a nossa sociedade.

Felicidades e sorte sempre!

Eleonora Reis.

Porto Alegre - Europa


Já haviam passado mais de cinco anos que Igor fora para a Suíça para completar seus estudos de mestrado e doutorado. Ele tinha intenção de continuar vivendo por lá, embora não tivesse nenhum parente próximo na Europa. Estava se aproximando a época das férias de verão na Universidade, que correspondia ao mês de julho. Igor era muito organizado e meticuloso, por isso programou-se com antecedência para vir ao Brasil visitar a família na cidade de Porto Alegre. Seria uma viagem cansativa, ele sabia, mas sentia falta não somente dos familiares e dos amigos, mas também de uma pessoa muito especial: Charlotte. Charlotte fora uma amiga de infância de Igor: eles eram melhores amigos desde sempre. O tempo passou, eles se tornaram adolescentes, freqüentaram o mesmo colégio, foram nas mesmas festas, riram e se divertiram muito. Estavam sempre juntos. Certa vez, depois de uma festa, eles se olharam de uma forma diferente. Quando Igor aproximou-se, segurou o pescoço de Charlotte para beijá-la, ela fugiu e, desde esse dia em diante, a amizade deles ficou abalada. Charlotte mudou-se de bairro e eles perderam o contato. Igor sempre pensava nela e, por essa razão, pretendia procurá-la na sua ida a Porto Alegre.

Igor trabalhava com mecatrônica e inteligência artificial e vivia para suas pesquisas. Durante o longo vôo da Suíça para o Brasil ele estava utilizando todos os recursos de informática permitidos dentro do avião. A parafernália eletrônica era tão grande que as pessoas achavam que ele era meio esquisito. Ele nem notava, pois era aquele tipo meio ‘gênio indomável’. A única coisa que fazia com que ele parasse de pensar logicamente era lembrar dos olhos e do sorriso de Charlotte. Ele sabia que encontrá-la seria agora o seu objetivo principal.

Quando chegou Igor resolveu dar uma volta a pé por Porto Alegre. Todos achavam que ela não se tratava de uma megalópole cosmopolita como tantas outras que ele já havia visitado, mas ele tinha seu coração arrebatado pelo charme da cidade: as ruas antigas do centro, a Casa de Cultura Mario Quintana e o MARGS, o Gasômetro, os belos bairros, o Brick da Redenção, a Ponte do Rio Guaíba. Tudo lembrava a sua infância e juventude. Tudo era nostálgico, mas também acolhedor e era ali que ele se sentia verdadeiramente em casa. Ele estava na praça diante da Catedral tirando algumas fotos para levar de recordação quando viu uma mulher de vestido verde saindo cheia de pastas e papéis de dentro da igreja. Seus olhos não podiam acreditar, mas se tratava de Charlotte. Ele correu até ela e ficou parado, meio sem reação, apenas a fitando. Ela ficou surpresa e depois deu um belo sorriso. Ela largou todos aqueles papéis na escadaria da igreja e o abraçou com muito carinho. Ele perguntou o que ela fazia ali: Charlotte explicou que estava fazendo pós-graduação em Filosofia e que o padre estava a ajudando com materiais para os seus trabalhos. Eles foram para um dos elegantes cafés do centro e conversaram sobre tudo. Charlotte contou que havia se casado, que sofria muito e que estava infeliz, pois seu marido não queria ter filhos. Igor ficou profundamente triste e queria ajudá-la de alguma forma. Combinaram um almoço para o dia seguinte e despediram-se.

Ao deitar-se no seu quarto à noite, Igor não parava de pensar em Charlotte. O antigo sentimento voltou com maior intensidade. Ele sentiu vontade de arrancá-la dos braços do marido e cuidá-la com todo carinho e Amor. Achou graça por ela estudar coisas de religião, ele que era tão cético. Quase não dormiu à noite de ansiedade em vê-la novamente. Antes do encontro, Igor passou numa floricultura e comprou uma orquídea muito bonita, que entregou assim que se encontraram. Ficaram conversando por horas no restaurante. Na saída, Igor não resistiu e puxou Charlotte atrás de um pilar e a beijou com muito carinho. Foi um momento mágico para os dois. Charlotte ficou sem palavras e completamente entregue aos sentimentos. Igor sentiu o mesmo. Ele propôs a ela que deixasse o marido e fosse com ele para a Suíça. Ela, embora estivesse se sentindo muito desiludida, pediu para pensar um pouco a respeito. Assim, Igor voltou para Suíça, mas permaneceu em contato com Charlotte. Eles se falavam todos os dias. As coisas começaram a ficar piores na vida de Charlotte e seu amor por Igor estava maior a cada dia. Ela pensou que viver uma vida cenográfica ao lado do marido não era a melhor escolha, sendo que ela conhecera o Amor verdadeiro e real ao lado de Igor.

Charlotte separou-se, foi para Suíça, casou-se com Igor e tiveram dois filhos. Nas férias eles sempre voltam a Porto Alegre para relembrar o começo dessa linda história de amor.

O Amor para sempre! Felicidades Porto Alegre!

Eleonora Reis.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Crimes Ocultos


Sarita tem 17 anos e vive num bairro muito pobre no subúrbio de uma grande metrópole. Ela vive com os pais e a irmã num minúsculo apartamento de dois cômodos. Sarita é uma moça muito bonita: rosto de traços suaves, longos cabelos lisos e corpo com curvas acentuadas. Sua irmã também é bela: parecida em tudo com Sarita, porém loira. Elas têm pouca diferença de idade, sendo a irmã mais nova. Sarita é muito estudiosa, pois pensa que através da educação ela poderá construir um futuro melhor do que a realidade em que vive. Ela é muito dedicada à escola e não se preocupa muito com namoros.

Certa vez, estavam tomando sorvete num shopping quando sua mãe mostrou a ela um belo rapaz que não parava de olhá-la. Sarita ficou meio sem jeito, mas o rapaz se aproximou e a mãe e a irmã a deixaram sozinha para eles conversarem. O rapaz era de uma família rica e de uma realidade muito diferente de Sarita, mesmo assim eles pareceram dar-se bem. Eles trocaram telefones e no mesmo dia o rapaz já telefonou. O rapaz convidou Sarita para andar no iate da família dele e ela ficou tão constrangida por não saber nem o que vestir. Contudo, na sua inocência, ela pensava ser a própria Cinderela. Durante o passeio de barco, eles beberam champanhe e ele a beijou pela primeira vez. Obviamente, os beijos que partiam dele se tornaram mais tórridos e ela se sentiu um tanto quanto constrangida e acuada. Ela, finalmente, pediu que ele tivesse calma e assim ele o fez. Então, eles começaram a namorar como qualquer casalzinho jovem. Sarita foi gostando dele mais e mais como já era de se esperar. Eles, naturalmente, começaram a ter relações sexuais. Tudo parecia perfeito e ela estava, por assim dizer, se sentindo feliz e amada.

Uma coisa curiosa que aconteceu em sua casa: quase que simultaneamente a ela, sua irmã começou a namorar um rapaz de família tão rica quanto a do seu namorado. Parecia que elas haviam tirado a sorte grande juntas. Seus pais estavam muito satisfeitos. O mais engraçado ainda foi que sua irmã conheceu o namorado quase que da mesma forma que ela, por acaso quando estava junto com a mãe. Mas todos achavam isso engraçado como se fosse uma grande coincidência.

Sarita namorou o rapaz por cerca de um ano ou mais. Depois se desentenderam e resolveram se separar. Ela ficou triste, mas seguiu no seu objetivo que era fazer a faculdade. Num sábado quando estava estudando, a mãe a convidou para ir ao cinema. Ela aceitou e foram juntas assistir um filme. Chegando lá, haviam filas gigantescas e os ingressos estavam todos esgotados. Ela ficou meio chateada e quando estava saindo da bilheteria onde fora perguntar sobre ingressos esbarrou num belo rapaz que deixou cair um saco de pipocas no chão. Ela ficou muito constrangida e pediu desculpas, mas ele sorriu e começou a conversar com ela muito interessado. Ela procurou a mãe na multidão, mas não a avistou mais. Daquela conversa, começou uma paquera, que virou um namoro bobo e então um namoro sério. Obviamente, o rapaz tinha uma condição financeira muito superior a dela. Eles viajavam muito, saiam em bons lugares e pareciam perfeitos um para o outro. Ela se apaixonou por ele e, em seguida, já o estava amando verdadeiramente. Ele parecia corresponder. Parecia o paraíso até que um dia Sarita chegou mais cedo da faculdade e achou estranho que o carro do namorado estava parado na frente da sua casa. Como morava no térreo viu ao longe ele conversando com sua mãe. Achou aquilo muito estranho e parou atrás de um poste para ver do que se tratava: quando ela viu o namorado puxar um maço de notas altas de dinheiro e alcançar para mãe ela quase perdeu o equilíbrio. Eles conversavam de uma forma muito descontraída como velhos amigos. Ele se despediu, entrou no carro e foi embora.

Sarita pensou no outro namoro, pensou na irmã e pensou que o que a mãe estava fazendo sem o conhecimento dela tinha um nome: prostituição. Ela sentiu tanta vergonha e tanto nojo, principalmente por ela ser uma pessoa correta e honesta que decidiu não se envolver com mais ninguém daquele dia em diante.

Essa é apenas uma triste história, mas que acontece com mais freqüência que se pode imaginar nas famílias. Nem sempre a moça percebe cedo como Sarita. Muitas pessoas aproveitam seu desconhecimento no bairro ou em lugares que ela freqüenta para taxá-la de meretriz e a rebaixarem como mulher e ser humano. A pergunta é: que culpa essas meninas têm? Vergonha é a atitude dos pais que vendem suas filhas como se fossem pedaços de carne.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), são direitos das mulheres:

1. Direito à vida.

2. Direito à liberdade e à segurança pessoal.

3. Direito à igualdade e a estar livre de todas as formas de discriminação.

4. Direito à liberdade de pensamento.

5. Direito à informação e à educação.

6. Direito à privacidade.

7. Direito à saúde e à proteção desta.

8. Direito a construir relacionamento conjugal e a planejar sua família.

9. Direito a decidir ter ou não ter filhos e quando tê-los.

10. Direito aos benefícios do progresso científico.

11. Direito à liberdade de reunião e participação política

12. Direito a não ser submetida a torturas e maltrato.

Para pensar seriamente a respeito.

Eleonora Reis.

quinta-feira, 24 de março de 2011

A Vergonha da Sociedade


Como a sociedade pode isolar e agredir um indivíduo por ela/ele não ‘adequar-se’ ao padrão de comportamento imposto ou simplesmente ser diferente, por alguma razão, dos demais?

Existem duas formas de comportamento adotado pelo agressor conscientemente ou, muitas vezes, inconscientemente. Trata-se do bullying e do assédio moral. O primeiro é mais comum nas escolas e universidades. O segundo está presente cada dia de forma mais intensa nos ambientes de trabalho. Em ambos casos, eles ferem a Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas que afirma:

‘Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.’

O Bullying é um termo em inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully - «tiranete» ou «valentão») ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de bullying pela turma.

No uso coloquial "acossamento",ou "intimidação" ou entre falantes de língua inglesa bullying é um termo frequentemente usado para descrever uma forma de assédio interpretado por alguém que está, de alguma forma, em condições de exercer o seu poder sobre alguém ou sobre um grupo mais "fraco". O cientista sueco - que trabalhou por muito tempo em Bergen (Noruega) - Dan Olweus define bullying em três termos essenciais:

1. o comportamento é agressivo e negativo;

2. o comportamento é executado repetidamente;

3. o comportamento ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.

O bullying divide-se em duas categorias:

1. bullying direto;

2. bullying indireto, também conhecido como agressão social

O bullying direto é a forma mais comum entre os agressores (bullies) masculinos. A agressão social ou bullying indireto é a forma mais comum em bullies do sexo feminino e crianças pequenas, e é caracterizada por forçar a vítima ao isolamento social. Este isolamento é obtido por meio de uma vasta variedade de técnicas, que incluem:

• espalhar comentários;

• recusa em se socializar com a vítima;

• intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vítima;

• ridicularizar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo a etnia da vítima, religião, incapacidades etc).

O Assédio Moral é a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções.

São mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e antiéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização.

Olhando externamente é difícil identificar o agressor pois a imagem que projeta de si mesmo é sempre bastante positiva.Geralmente os agressores (ou "assediadores") não centram suas forças em pessoas serviçais e/ou naqueles que são considerados partes do "grupo" de amigos. O que desencadeia sua agressividade e sua conduta é um receio pelos êxitos e méritos dos demais. Um sentimento de irritação rancorosa, que se desencadeia através da felicidade e vantagens que o outro possa ter.

O agressor tem claras suas limitações, deficiências e incompetência profissional, sendo consciente do perigo constante a que está submetido em sua carreira. É o conhecimento de sua própria realidade o que os leva a destroçar carreiras de outras pessoas. Pode-se somar o medo de perder determinados privilégios, e esta ambição empurra a eliminar drasticamente qualquer obstáculo que se interponha em seu caminho.

Ao falar de agressor tem que fazer uma distinção entre aqueles que colaboram com o comportamento agressivo de forma passiva e os que praticam a agressão de forma direta. É comum colegas de trabalho se aliarem ao agressor ou se calar diante dos fatos. Em geral, aquele que pratica o assédio moral tem o desejo de humilhar o outro ou de ter prazer em sentir a sensação de poder sobre os demais integrantes do grupo. Chegam a conceder concessões a possíveis adeptos para que se juntem ao grupo, fortalecendo o assédio moral ao profissional isolado. Alguns se unem porque igualmente gostam de abuso de poder e de humilhar, outros se unem por covardia e medo de perderem o emprego e outros por ambição e por competição aproveitam a situação para humilhar mais ainda a vítima.

As consequências de ambos comportamentos na pessoa que sofre as agressões são catastróficas: depressão, ansiedade e tantas doenças emocionais podem ser desencadeadas. O pior é que isso pode estar presente não somente nos ambientes mencionados acima, mas em outros menos prováveis como dentro da própria família. A minha grande questão é: Porque e para que? Será tão difícil conviver em harmonia com as pessoas? Será que alguma diferença de raça, ideologia, religião, titulação acadêmica, gênero ou cor de esmalte de unhas é suficiente para simplesmente agredir moralmente e/ou fisicamente alguém? Será que voltamos à barbárie e vamos nos degladiar no meio das avenidas e derramar sangue nos asfaltos? Perguntas que prefiro nem pensar muito sobre, pois talves a resposta seja sim para todas. Imaginem só que hoje passando pela sala vi na TV uma cena grotesca da novela em que uma moça bateu inúmeras vezes no rosto da outra até fazê-la cair no chão sangrando. Isso é uma indução ao bullying, não acham? Agora imaginem as cabecinhas fracas: viram na novela e sairão fazendo o mesmo amanhã! Até onde vai essa agressividade toda na nossa sociedade? Pergunta sem resposta.

Se o ser humano pensa estar num estágio de evolução maior como recebo nessas mensagens de e-mail falando sobre o poder da mente e sobre coisas do espírito, creio que deva deixar de lado esse comportamento totalmente animal. Está na hora de pensarmos que somos evoluidos e agirmos como se assim fossemos. Chega de tirania, chega de violência, chega de boicote e comportamento infantilmente hostil. Mais justiça e mais igualdade de direitos para todos.

Se você vive isolado na sociedade pela ação dos outros saiba que não está sozinho.

Felicidades e sorte sempre!

Eleonora Reis.

Vozes Femininas


Confesso que não sou uma grande leitora de e-mails com apresentações do PowerPoint, mas eventualmente um título ou outro me chama a atenção. Alguns eu concordo, outros eu discordo e outros eu concordo apenas em parte. Acho que não poderia ser diferente, visto que as pessoas em geral tendem a ter opiniões distintas. O mesmo acontece com o que eu publico aqui: escuto todo tipo de crítica e elogio por ai. Quem está na chuva é para se molhar, não é mesmo? Então, estou começando a me acostumar com as críticas mais severas. Enfim: pessoas que têm a voz para dizer aos outros seus pensamentos acerca de qualquer assunto e usam os variados e diversos meios que tem de se fazer isso hoje em dia conseguem, ao final, transmitir sua mensagem de alguma forma. Claro que nem sempre a mensagem é boa e, nem tampouco, se trata de uma verdade. Cabe a cada um de nós extrairmos aquilo que há de melhor e deixarmos de lado o que não concordamos.

Há um tempo atrás, eu escrevi por aqui que algumas mulheres de gerações anteriores a minha abriram espaço nos diversos campos como educação, ciências, artes, medicina, jornalismo e tantas outras profissões que hoje estão cheias de profissionais do sexo feminino. Muitas dessas mulheres tinham e têm o dom da voz. O que quero dizer com isso? Simples: são pessoas que modificam de alguma forma nossa sociedade através do seu trabalho e/ou dos seus pensamentos. Então, decidi reunir algumas frases de mulheres famosas que tiveram ou ainda têm esse poder da voz. Vamos ler o que elas têm a dizer:

“Se encontrar alguém que ama na sua vida, agarre-se a este amor” Princesa Daiana.

“Quando Madre Teresa recebeu o Prêmio Nobel, perguntaram-lhe: - " O que podemos fazer a fim de promover a paz mundial? " Ela respondeu: - "Voltem para seus lares e amem suas famílias”. Madre Teresa de Calcutá.

“Não me falta homem, o que me falta é amor.” Marylin Monroe.

“Na vida a gente não sobe de salto alto.” Dilma Rousseff.

“Vale a pena conhecer o inimigo... entre outras coisas pela possibilidade de que algum dia ele se converta num amigo.” Margaret Thatcher.

“Na vida, não existe nada a temer, mas a entender.” Marie Curie.

"Eu sou uma pessoa bem antiquada. O casamento só é bom quando é levado a sério. Eu celebrei, e queria que o mundo inteiro soubesse que aquele era o homem que eu amava mais que tudo na vida. Mas eu tive que pagar um preço e só agora eu percebi. Eu comecei a perceber o quanto é importante manter a privacidade e manter as coisas pra você o máximo possível porque depois isso vira um trem desgovernado." Madonna.

Ontem eu me referi, em termos religiosos é claro, às pastoras. Seriam as mulheres que estão ocupando posição no sacerdócio das diferentes religiões. Essas mulheres juntas podem também fazer uma enorme diferença no que diz respeito a vários assuntos relacionados ao comportamento da sociedade e, principalmente, ao Amor – sentimento que vem sendo tão amplamente esquecido. Unindo suas vozes com um mesmo propósito em diversas partes do mundo poderão, quem sabe, construir um futuro diferente para as crianças de hoje. Essa é apenas uma sugestão singela, mas bem embasada creio.

Claro que os rapazes não devem ficar de fora disso tudo: devemos unir nossas forças para modificar a sociedade para melhor, trabalhando juntos e lado a lado. Apenas me referi mais às mulheres hoje porque por muitos séculos ficamos de fora do seleto grupo de homens que expressavam seus pensamentos através da voz na sociedade. Ainda bem que isso deixou de ser uma realidade.

Vozes sincronizadas para dias melhores!

Felicidades e sorte sempre!

Eleonora Reis.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Paraíso


Mais um dia no paraíso. Nem sempre as coisas são fáceis. Nem sempre as coisas são simples. Ontem foi o dia internacional da água. Não me manifestei antes sobre isso porque os jornais fizeram a sua parte. Contudo, no texto que escrevi à meia-noite (lua) eu achei que deveria falar um pouco a respeito. A água é fundamental para o nosso corpo como para o planeta. Sem ela, não há vida na Terra. Dessa maneira, é chegado o momento de pensarmos em situações críticas, como a falta de água por exemplo. As mudanças climáticas que vêm acontecendo não somente em virtude da poluição, mas de sucessivas agressões ao planeta através da mão do homem, estão modificando a intensidade e o volume das chuvas. Sem chuvas, os rios diminuem seu volume e a irrigação das plantações torna-se escassa. Dessa maneira, temos que encontrar soluções para essa situação antes que ela se torne uma triste realidade. É preciso evitar o desmatamento, a poluição e agentes químicos jogados na terra, a monocultura e todo o tipo de agressões que o homem possa fazer com suas mãos no natural equilíbrio da Mãe Terra.

Como já havia mencionado me referindo aos terremotos e tsunamis que aconteceram no Japão, a toda ação corresponde uma reação em sentido contrário. A Terra clamou por socorro e fez todo o seu ecossistema entrar em colapso. Tudo isso como uma forma de defesa às agressões vindas dos homens. Não será diferente em relação à água. Isso se pode ter absoluta certeza. Aquilo que era oferecido como um recurso inesgotável está hoje com os dias contados. A escassez de água é uma forma de Gaia dar um basta nesse imperialismo humano que tanto a está maltratando e a subjugando. E pensar que se vivêssemos de fato no paraíso, onde todos os recursos naturais estariam em perfeita harmonia, a água seria sempre abundante para matar a nossa sede, dar fertilidade aos solos, banhar nossos corpos, cozer nossos alimentos. A água é fundamental para quase tudo em nossas vidas, portanto não vamos permitir que ela simplesmente acabe. Não vamos permitir a morte de nosso planeta. A primeira iniciativa a ser tomada é mudar o comportamento com que tratamos as águas e também os solos. Temos que ter respeito pela natureza. Temos que ter amor pela Grande Mãe. Respeitando e fazendo bom uso das águas e dos solos, mesmo que atualmente a situação esteja beirando o caos, com o tempo a própria natureza se incumbe de se rearranjar produzindo novos recursos naturais, limpando os rios do lixo químico jogado pelo homem, diminuindo a poluição do ar e, conseqüentemente, tornando as chuvas mais cristalinas que irão permitir a irrigação perfeita das plantações. Dessa maneira, teremos alimentos mais saudáveis e água mais pura e abundante de ser consumida. O grande problema está na mão dos homens, portanto cabe a eles modificar a conduta e tratar de cuidar para não ficarmos definitivamente sem nenhuma água. Comecemos logo, comecemos agora a modificar esse nosso terrível comportamento.

Respeito às águas! Respeito à Terra! Hoje e sempre!

Felicidades e sorte sempre!

Eleonora Reis.

Sobre Pastoras e Pastores


Salmos 23

[Salmo de Davi] O Senhor é o meu pastor, nada me faltará.
Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas.
Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome.
Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.
Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.


Todas as vezes que me deparo com o número vinte e três, acabo por lembrar desse salmo. Não poderia ter sido diferente no dia de hoje. Se fizermos uma análise dessas palavras, percebemos que parecem partir de uma mulher quando ela menciona que ‘o meu cálice transborda’ e está referindo-se a um Pastor, que é provavelmente um sacerdote. Trata-se de um salmo que, junto com tantos outros, acompanham o Novo Testamento. A grande pergunta é: teria sido uma mulher que escreveu essas palavras? Nesse caso em particular e em algumas outras passagens que já li eu poderia afirmar que sim. Quem seria então essa mulher que dedicou-se a escrever salmos que fazem parte do Novo Testamento? Uma ‘Pastora’ provavelmente. Não sei ao certo como eram chamadas as mulheres que dedicavam sua vida à religião no tempo de Jesus, mas provavelmente eram sacerdotisas. Sem dúvida, uma delas está dentro dos templos de São Pedro todos os dias sendo lida e repetida por séculos a fio nas tais passagens que mencionei. Teria ela sido discípula de Jesus Cristo? Muito provavelmente. Existem muitas especulações a respeito de mulheres que eram seguidoras do Cristo e eu, que sou democrática, acredito em todas elas. Jesus era um ‘Pastor’ revolucionário, mas sua pregação era muito pura no seu conteúdo. Ele queria um mundo melhor e pregava o Amor acima de tudo. Eu, se estivesse vivendo no tempo de Jesus, seria a primeira da fila a segui-lo. Trata-se de uma questão ideológica, filosófica e religiosa. Não vejo nenhum motivo pelo qual as mulheres devessem ser excluídas do grupo de um Homem que era, antes de tudo, a personificação da caridade e da verdade. Não combinaria em nada com o perfil Dele.

Voltando à ‘Pastora’, hoje pela manhã tive uma conversa com meu chefe a respeito disso: hoje em dia, já é comum existirem pastoras de verdade, inclusive aqui mesmo na minha cidade eu conheci uma na Igreja Anglicana. Eu acho isso realmente fantástico. Como fui batizada e frequentei durante a minha infância a Igreja Anglicana, conheço um pouco do ritual. Trata-se de uma cópia exata da Igreja Católica, com algumas poucas modificações (me corrijam se estou enganada, mas essa é minha impressão de leiga). Então, imaginem uma missa celebrada por uma mulher! Eu acho isso um sinal de evolução, de grandes mudanças e de novos tempos.

Que sejam bem-vindas as Pastoras!

Felicidades e sorte sempre!

Eleonora Reis.

terça-feira, 22 de março de 2011

A Moça e o Cavaleiro


A moça bonita olhava pensativa pela janela. Sorria vendo o lindo dia de sol e os pássaros cantando alegremente. Resolveu sair até a frente da casa: estava descalça como sempre insistia em andar, embora sua prima a repreendesse. Sentou numa cadeira de vime, cruzou as pernas e começou a pentear a longa cabeleira negra. Estava sentada na sombra de uma antiga parreira da casa que por gerações fora de sua família. A parreira estava cheia de uvas prontas para serem colhidas. Era uma visão linda que a remetida de volta a sua infância, quando tantas vezes a família se reunia para colher e saborear os frutos. Mas seus pensamentos agora eram outros. Já não era mais uma menina e conhecera um lindo cavaleiro na última festa que ocorreu na vila. Ele vestia uma armadura prateada, era forte, mas muito dócil. Na ocasião em que se conheceram, ele a levou para ver os músicos tocarem junto a Igreja num festival que estava acontecendo e que ela não lembra exatamente qual era. Ela sabia somente uma coisa: que estava perdidamente apaixonada. Eles se encontraram muitas e muitas vezes, embora meio às escondidas, pois a família da moça era contra o namoro. Ele vinha, muitas vezes tarde da noite, até o muro dos fundos da casa da moça para poder encontrá-la e juntos conversarem e namorarem sob o céu estrelado. O cavaleiro conhecia muitas coisas a respeito da vida, das ciências e das religiões. Ele explicava para ela coisas novas e que, aos poucos, foram se tornando a sua verdade. Juntos eles eram felizes e perfeitos um para o outro.

Por conta de uma guerra que estava acontecendo, cavaleiro disse que precisaria viajar por uns tempos, mas deixou com a moça uma corrente de prata com um pingente celta que ele sempre usava. Tinha sido presente de uma sacerdotisa e ele usava como proteção. Contudo, diante da guerra, ele preferia deixar a proteção com sua amada. Ficaria com ela como se fosse uma parte dele também. Então, no triste dia da despedida dos dois, ele veio montado no seu cavalo branco com semblante pesado e lágrimas nos olhos. Ele se aproximou dela e a abraçou por um longo tempo. O vento era frio e desalinhava os cabelos da moça. Os dois não falaram nada, apenas se olharam e choraram abraçados. Ele entregou a ela um bilhete e pediu que só o lesse depois de sua partida. Assim ela o fez: à noite ela abriu o pedaço de papel. Era um poema que no final falava, de forma triste, de uma possível despedida caso ele não voltasse da guerra. Ela chorou muitas e muitas lágrimas que banharam seu rosto e seus cabelos.

A vida continuou no pequeno povoado e algumas vezes quando ela ia até a Igreja, ela tinha a sensação que iria encontrá-lo. Mas isso, infelizmente, nunca acontecia. A moça decidiu desde o dia que seu cavaleiro partira escrever para ele uma espécie de diário, para que ele pudesse saber no seu retorno tudo que havia se passado em sua vida. Escreveu, com os anos, vários livros inteiros. O conteúdo misturava a sua realidade do dia a dia, seus sonhos a respeito da vida, pensamentos religiosos e principalmente o seu Amor pelo cavaleiro. Ela não sabia se eles um dia teriam um reencontro, mas sabia que ele a ensinou o que é o Amor.

Tal foi a surpresa quando naquele dia em que ela estava sentada na cadeira de vime a pentear seus cabelos que o cavaleiro surgiu com um lindo sorriso diante de seu portão. Ele estava muito bonito como sempre e radiante pela volta. Ela correu para os seus braços e o beijou por um longo tempo. Ela percebeu que a guerra deixou algumas cicatrizes nele, mas não se importou com isso. Ela queria estar com seu amado e viver o sonho de estar ao lado do seu grande Amor.

Romântico, não? Felicidades e sorte sempre!

Eleonora Reis.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Ilusão


Acho incrível o poder da ilusão e como ele está presente em nossas vidas. O que eu quero dizer com isso? Por exemplo: uma senhora vê a nossa presidenta Dilma Rousseff vestindo um traje semelhante a uma de suas roupas. Além disso, ela observa que o tipo de cabelo e acessórios que a presidenta usa se parecem com os seus. Não precisa muito para ela estar procurando nas páginas de jornais e revistas notícias a respeito da Dilma achando que ela é esse personagem. Parece engraçado, eu sei. Mas isso acontece com mais freqüência do que se possa imaginar. Além disso, esse comportamento não tem idade: eu citei uma mulher com uma idade mais avançada, mas garotas e mesmo jovens mulheres também passam em algum momento por isso. Ah sim! Homens também não saem ilesos dessa ilusão de ótica. Ótica, audição, visão, fala e até olfato. Nem tudo que parece ser é.

Qual a realidade então? Quem é de fato a presidenta? Bem, creio que essa é mais uma questão de lógica do que qualquer coisa: a presidenta é a Dilma Rousseff. Simples, não? Não sei por que as pessoas insistem em complicar as coisas! Todos devemos nos lembrar, antes de mais nada, da verdade que está dentro de nós e de quem realmente somos no nosso íntimo. Ilusões de riqueza, grandeza, fama, status e poder são apenas para encher a vida de sonhos falsos. Eu sou partidária dos sonhos, todos sabem: é só ler o nome desse blog. Contudo, existem ilusões que saem pelo avesso do avesso, se é que me entendem? Pessoas que acreditam numa realidade paralela e modificam todo o seu comportamento acreditando estarem numa posição diferenciada e superior aos outros, tudo por sucumbir às tentações de alcançar, como já citado, riqueza, grandeza, fama, status e poder. Infelizmente, não se pode fazer nada a respeito disso, apenas o tempo se incumbe de mostrar a verdade.

Alguns poderão dizer que eu penso ser escritora. Eu vou dar uma das minhas boas risadas e vou dizer que não tenho formação nenhuma para tanto. Na realidade, o blog começou com uma brincadeira depois que eu parei de escrever num site de noivas que eu e meu ex-marido tínhamos. Eu peguei o gosto pela escrita e não parei mais. Na realidade, minha formação é científica e eu sei bem quem eu sou e o que devo fazer. Gosto de escrever acerca de temas variados e principalmente sobre o Amor. Todavia, não será por essa razão que irei pensar que sou a Martha Medeiros, até porque as idéias e o estilo não se parecem. Uma coisa é certa: muitos escritores também não tinham formação literária e começaram assim como eu. Dessa maneira, tendo ciência que sou Bioquímica de profissão e escritora de coração, seguirei escrevendo minhas idéias, meus contos e minhas crônicas por aqui para aqueles que desejarem ler.

Ai vem uma deslumbrada que acha que foi a Princesa Isabel na outra encarnação. Ora, outra encarnação já passou. O que importa é o hoje, o agora. O que ter sido a Princesa Isabel acrescentaria no meu currículo? Bem, o espírito é imortal, mas cada vida é única. Dessa maneira, devemos fazer o melhor que pudermos nas nossas vidas hoje, não nos acharmos melhor que os outros mesmo que tenhamos confirmação científica de que éramos da realeza no passado e, nem tampouco, ficarmos disputando território com alguém que suponhamos também ter sido da realeza em outras vidas. Passado passou. Vivamos o presente! Vivamos a realidade!

Felicidades e sorte sempre!

Eleonora Reis.

domingo, 20 de março de 2011

O Renascer


Hoje, creio que ouvindo aos meus anseios de Primavera de ontem, Deus caprichou no dia. Um belo sol e céu azul fizeram com que a natureza ficasse ainda mais bela. Eu, particularmente, me sinto revigorada depois das preces que fiz para buscar o equilíbrio ontem à noite. Contudo, nem sempre o ambiente a nossa volta e principalmente as pessoas compreendem nosso modo de pensar e estilo de vida. O que fazer quando alguém pensa que queimar incensos aromáticos é tentar colocar fogo na casa? O mais estranho é que essa pessoa outrora fazia o mesmo e adorava. Então, devo concluir que passa o tempo e caem as máscaras e/ou vice-versa. Mas acredito que não devo me ater nisso, pois prefiro falar de coisas realmente importantes.

Quero poder transmitir através do que escrevo o que tenho guardado em meu coração e que nenhuma pessoa que sinta raiva, ódio, rancor, inveja ou desejo de vingança jamais poderá tirar de mim. Dentro do meu coração eu tenho a verdade e o Amor para oferecer a todos aqueles que queiram ler essas palavras. Dentro do meu coração eu não conheço a mentira ou a dissimulação, coisa que a gente vê tão freqüentemente por toda parte e que, infelizmente, faz parte de nossa sociedade. Muitos me chamam de infantil e acham que esses textos são ‘primários’. Eu não os condeno, pois cada um tem o direito de pensar o que bem quiser e escolher o caminho que achar mais apropriado. Nunca quis ditar um comportamento ou uma regra aqui, apenas coloco meu ponto de vista, que publico de forma livre, sem nenhum ônus e não obrigo ninguém a ler. O que mais comumente ocorre é a minha opinião divergir da maioria principalmente no que diz respeito ao Amor. Acho que também não devo ser julgada por isso, afinal para toda regra sempre existe uma exceção. Dessa maneira, creio que o mais correto seria cada um respeitar o espaço e a individualidade alheia, afinal cada indivíduo sabe o que lhe agrada ou não, independente se isso está fora ou dentro de uma regra que todos seguem. O que tem acontecido comigo é que em todo lugar que vou sempre aparecer alguém tentando me sugerir que devo assumir um comportamento que não concordo, inclusive dentro do meu próprio lar. Exemplo? Todo mundo acha que eu devo namorar alguém, independente se eu gostar dessa pessoa ou não para que eu não fique sozinha. Honestamente, eu acho isso tão triste que me dá vontade de chorar por horas. Quando me envolvi com um namorado ou mesmo quando me casei segui aquela regra natural da paixão seguida do Amor. Acho essa receita muito boa e verdadeira, que acontece naturalmente e não porque tem que acontecer, já que todos estão se comportando assim.

Nada como o Amor verdadeiro correspondido e consumado! Quem já vivenciou isso sabe bem do que estou falando. Eu, eterna romântica, sigo sonhando com o renascimento do Amor e da verdade na vida de todas as pessoas. Que como a fênix, esses dois ressurjam das cinzas na nossa sociedade.

Felicidades e sorte sempre!

Eleonora Reis.

sábado, 19 de março de 2011

Primavera do Norte


Mais um ciclo se fecha nesse ano. Estamos entrando no Outono à partir das 23h21 de hoje. Como acho o Outono meio frio, tristonho e cheio de folhas secas pelo chão; resolvi escrever hoje sobre a Primavera. Hoje no horário que mencionei acima, entraremos no Equinócio, palavra que vem do Latim, aequus (igual) e nox (noite), e significa "noites iguais", ocasiões em que o dia e a noite duram o mesmo tempo. No Hemisfério Norte o Equinócio marca o início da Primavera, estação do ano que se segue ao Inverno e precede o Verão. É tipicamente associada ao reflorescimento da flora e da fauna terrestres. Ao meu ver e para todos aqueles amantes da natureza, a Primavera é a mais bela das estações, pois podemos observar claramente a exuberância com que Gaia se veste para todos nós. Por essa razão, muitas religiões antigas faziam cultos e comemorações no Equinócio. Em várias culturas nórdicas ancestrais, o Equinócio da primavera era festejado com comemorações que deram origem a vários costumes hoje relacionados com a Páscoa da religião cristã. Então, entra a palavra ‘renascimento’ da natureza que acontece na Primavera e nos remete a ‘ressureição’ de Cristo, embora esse ano as datas da Páscoa e do Equinócio de Primavera não estejam coincidindo.

Algumas das religiões antigas, como a Celta por exemplo, acreditavam que os Equinócios são bons momentos para feitiços e rituais de equilíbrio e harmonia, pois são o momento em que o dia e a noite compartilham o mesmo número de horas, e a luz e a escuridão se encontram em equilíbrio. Eu, que sempre estou me referindo ao equilíbrio, acredito que esse seja mesmo um dia e um horário mágico e que valeria a pena parar por alguns minutos e tentar entrar em sintonia com o planeta e com Deus, seja para pedir por dias melhores de paz e amor entre os homens, seja para clamar pelo equilíbrio da Mãe Terra, que tanto tem sofrido com essas catástrofes naturais que temos visto nos últimos os dias.

Outras religiões antigas pagãs, como a Wicca, chamam essa data de Festival de Ostara referindo-se a Deusa Oster, senhora da Fertilidade e cujo símbolo é o coelho. Oster significa "a Deusa da Aurora", uma Deusa anglo-saxã da Primavera, da ressureição e do renascimento. Estava associada à fertilidade e aos grãos, e oferendas de pão e bolo eram feitas nessa época a Ela. Para essas religiões o Equinócio também é uma data de equilíbrio e reflexão. Os dias escuros se vão, e a terra está pronta para ser plantada. Segundo essa antiga tradição, na agricultura o Festival de Ostara sinaliza o tempo em que as sementes são plantadas e começam o seu processo de crescimento. Ostara é tido como um momento de união e amor entre a Deusa (Lua) e o Deus (Sol), pois e um período de igualdade e equilíbrio entre as forças da Natureza, e isso indica também que e o momento ideal para fortalecer a energia de complementaridade entre homem e mulher. Eu sei que esses rituais não são mais realizados nos dias de hoje e, se são, seriam por um grupo seleto de neo-pagãos. Contudo, achei bonita a simbologia e, particularmente, a parte da união por amor entre a Deusa e o Deus. Mesmo diante de rituais antigos, eu continuo acreditando fielmente no Amor. E, pelo visto, no mundo antigo algumas pessoas também acreditavam.

Dessa maneira, desejo a todos um bom Equinócio, que ele venha trazer equilíbrio não somente entre a luz e a escuridão dos céus, mas equilíbrio de uma forma geral na vida de todos nós.

Felicidades e sorte sempre!

Eleonora Reis.

sexta-feira, 18 de março de 2011

A Passagem


Existem coisas realmente lastimáveis na vida. Uma delas, senão a principal, é a morte. Hoje, infelizmente, participei de um funeral. As pessoas que eu conheço e que corriqueiramente andam com suas roupas multicoloridas, dando risada à toa e com a cabeça bem erguida; entraram no velório de cabeça baixa e vestindo cores sóbrias como preto e roxo. Não é para menos, o pobre defunto era um bom homem, daqueles de caráter incontestável e ficha limpa na polícia. Confesso que não sou partidária de grandes ‘celebrações’ quando alguém passa dessa para a outra vida e que aquele cheiro de crisântemos amarelos estava impregnando nas minhas narinas. Contudo, fui por amizade e respeito à viúva e pelo tempo em que nos reuníamos muitas vezes os quatro: eu, meu marido, o defunto e a viúva. Claro que, na época, ele não era defunto e nem tampouco ela viúva. Obviamente chovia e forte. Então, peguei minha sombrinha preta e enfrentei essa situação um tanto desagradável. Acho que em todos os velórios que já fui sempre estava chovendo.

Mas voltando a pobre viúva, percebi sua tristeza e seu choro inconsolável. Contudo, nem sequer me aproximei, pois havia um jovem homem todo tempo a cuidar dela. Olhando assim de fora, ficou até uma coisa meio esquisita. Resolvi deixar esse pensamento de lado, afinal nem sempre o que o olho observa corresponde exatamente à verdade e a mente pode transformar um simples consolo de amizade entre duas pessoas num tórrido caso de amor e traição com o recém finado. Resolvi me aproximar, então, do defunto: senti pena de um homem tão jovem morrer assim abruptamente de um câncer no pulmão fulminante. Ele sequer fumava. Cometia alguns excessos isso era bem verdade e sempre suspeitávamos que ele tinha outra família. Inclusive, observando bem as pessoas no recinto, percebi uma mulher discreta impecavelmente vestida que chorava tanto quanto a viúva. Aquilo me deu náuseas assim como o cheiro daquelas flores que lembravam o cheiro da morte.

O pior daquela noite ainda estava por vir: alguém da família da viúva começou a falar de seguro de vida e de herança. Imediatamente várias pessoas se reuniram por ali mesmo e começaram a contabilizar valores. O velório se transformou numa espécie de templo do dinheiro no qual eram divididas as moedas. Eu fiquei perplexa, pois o defunto foi completamente esquecido. Para não ficar estranho, me posicionei ao lado dele para sinalizar que alguém ali tinha respeito pelo morto. Acho que até a morte virou um grande negócio hoje em dia.

Olhei uma última vez o finado, acenei para viúva que nem viu, pois continuava a chorar e ser consolada pelo belo homem e fui me afastando devagar. Olhei a outra mulher misteriosa na margem do que seria o velório do seu marido e tive pena dela. Uma morte prematura é triste, mas certas coisas que estão presentes em nossas vidas e que todos colocam óculos escuros para fingirem não ver são tão tristes quanto ou até mais. Utopia! Irão dizer. Todavia, Amor verdadeiro e desprendimento dos bens seria um bom começo para todos nós. Amar a e b ao mesmo tempo. Será? Daqui a pouco está amando a, b, c, e. E não vai demorar muito o abecedário todo. Eu não conseguiria amar todas essas pessoas ao mesmo tempo. Certamente, deve ter alguém que nem sequer é amado, não acham? Por isso, eu prefiro o tradicional: Amor feijão com arroz de duas pessoas. Sobre o desprendimento dos bens, já expliquei anteriormente que eles são importantes para que possamos viver em condições dignas e com o mínimo de conforto, mas não devemos fazer do dinheiro o nosso principal objetivo na vida e/ou na morte, como foi o caso das partilhas que estavam sendo feitas ali no velório mesmo.

Ao sair daquele velório me senti mais livre e viva do que nunca. Aquele ambiente não estava me fazendo bem. Respirei ar puro, ouvi alguns pássaros cantar e percebi que a gente deve valorizar cada dia da nossa vida. Mesmo que alguém te importune, mesmo que alguém queira impedir a sua passagem, mesmo que aquele não seja o melhor dia da sua vida porque você tem que ir a um velório. Sorri comigo mesma e percebi que Fernando Pessoa tinha muita razão quando escreveu que ‘Tudo vale a pena quando a alma não é pequena’.

Felicidades e sorte sempre!

Eleonora Reis.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Janelas


Durante minhas caminhadas aqui no bairro acontece de tudo um pouco. Não vou negar que é uma hora do dia que me sinto muito bem, pois além da atividade física em si, eu aproveito para olhar os pássaros, os gatos (os bichos mesmo), os milhares de cachorros, as árvores e tomar um vento. Hoje, quando eu estava literalmente filosofando para o infinito, eu olhei uma janela aberta. Em seguida uma moça de blusa azul se aproximou, debruçou-se no parapeito, segurou o queixo com as duas mãos e parou a pensar com um olhar distante. Ela parecia em outro universo de tão absorvida em pensamentos. Não posso julgá-la, pois às vezes eu também sou assim. Ela olhava para o jardim como que querendo encontrar uma resposta para toda a sua inquietação interna. Foi então que parei a pensar como seria a vida da tal moça? O que acontecia dentro daquela janela que eu via de fora aberta? Tanta coisa se pode imaginar e ao mesmo tempo nada de concreto se pode definir. Indaguei-me muitas coisas que não sabia ao certo responder somente olhando ela ali pensando. Passei, então, caminhando pela moça com seus pensamentos.

Comecei a olhar para outras janelas. Vi mulheres estendendo roupas no varal, vi duas adolescentes ouvindo música a todo volume, vi um jovem deitado numa rede. Outra janela que me chamou a atenção foi a de um casal de meia-idade que estavam sentados um de frente para o outro numa sacada. Eles bebiam alguma coisa e ambos estavam lendo. Notei que conversavam e se divertiam comentando as leituras. Num determinado momento, ela levantou-se e foi até o lado dele para ler uma passagem: eles riram, brindaram e beberam juntos. Achei aquilo tão bonito e especial. Notei que, além de um casal em si, eles eram parceiros e amigos de verdade. Claro que eu não estou lá dentro da janela deles para saber o que se passa nas vinte quatro horas do dia, mas olhando assim de fora me pareceu algo que eu posso entender como o mais próximo do Amor perfeito. Espero que eles continuem assim e que muitas pessoas espiem aquela janela como eu fiz e se espelhem neles.

Uma das coisas que me deixou meio triste foi imaginar os possíveis dramas que aquelas janelas que eu olhava de fora guardam. Muito acontece sem que ninguém veja e isto é realmente uma lástima para que vivencia na pele. De fora da janela, o mundo enxerga tudo como se estivesse perfeito, mas nem sempre é. Existe muita violência dentro dos lares que ficam abafadas e ocultas por muitos anos muitas vezes. Existe também solidão e falta de Amor. Imagino quantas daquelas janelas abriga alguém que simplesmente não tem família. Pessoas que passam o Natal, por exemplo, sozinhas. Deve ser muito triste não ter nenhum familiar por perto. Por outro lado, as janelas também podem esconder lares felizes com crianças sorrindo, abastança, felicidade e alegria. Não posso deixar de pensar que o justo seria equilibrar esses dois exemplos que dei, pois janelas de miséria, infortúnio, falta de Amor, violência e falta de todas as coisas necessárias poderiam, por misericórdia divina, também ter seus dias de alegrias, Amor, prosperidade e riso de crianças. A vida deve ser ‘completa’ para todos, ou seja, Amor, família, filhos e carreira. Não creio que ter um apenas ou outro seja apropriado. Não creio que algumas pessoas devessem ser rotuladas para desempenhar essa ou aquela função na sociedade. Por exemplo, não concordo que alguém seja exclusivamente mãe. Acho que todos devemos contribuir para a coletividade. Infelizmente, o mundo não é justo como dizem e tampouco as pessoas. Eu, em minhas próximas caminhadas, vou fazer uma prece por todas as janelas que escondem pessoas a margem da sociedade. É o mínimo que se pode fazer por elas, embora existam pessoas que possam fazer muito mais.

Felicidades e sorte sempre!

Eleonora Reis.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Grandes Mulheres


O que faz da mulher tão especial? Em primeiro lugar - não posso de maneira alguma deixar de mencionar isso - são os nossos atributos físicos, afinal de contas somos todas belas cada uma a seu modo. Além disso, essa questão definitivamente não tem idade. Então, vemos adolescentes preocupadíssimas com o tom que irão fazer luzes no cabelo ou com a cor do esmalte que irão passar nas unhas; mulheres jovens com a manicure sempre feita e tonalizando os cabelos para esconder os primeiros fios brancos que insistem em aparecer e senhoras de idade colorindo a cabeleira branca com rinsagem lilás. Segredos da vaidade feminina que as mulheres compreendem muito bem. Outra preocupação - seja para uma festa, jantar a dois, caminhada no parque, jantar com amigos ou torneio de ping-pong – é o que vestir. Muitas vezes, temos milhares de roupas e olhamos para todas elas com a nítida sensação de que nada realmente serve ou é o que desejamos. Nesses casos, somente a roupa certa: aquela que serve perfeitamente no nosso corpo, nos deixa à vontade e absolutamente gloriosa. Sim, porque roupa apertada demais, desconfortável e incômoda não é algo que seja mais aceitável nos dias de hoje, no qual temos tantos materiais que proporcionam o conforto. De qualquer maneira, saber o que irá vestir é outra questão que tira o sossego de todas as gerações de mulheres e será assim para o infinito provavelmente.

Relembrando um pouco o comportamento da mulher na sociedade: antigamente as mulheres recebiam uma educação bastante simples, pois eram preparadas apenas para o casamento. Eram outros tempos de uma sociedade mais patriarcal na qual a mulher ficava em casa e necessitava exclusivamente do homem. Hoje, uma das coisas que toda menina sonha é cursar a Universidade, pegar o canudo e fazer a diferença na vida. Acho mais do que justo, depois de tanto tempo que tivemos de nos sujeitar aos caprichos masculinos. Creio que as gerações de mulheres que antecederam a minha e as subseqüentes e que abriram o portal para nós – todas aquelas professoras, médicas, jornalistas, escritoras, enfermeiras, atrizes, cientistas e tantas outras profissões que merecem igual importância pelo pioneirismo que representaram no seu tempo. Elas permitiram que todas nós possamos andar pelas nossas próprias pernas hoje. Dessa maneira, somos livres para escolher qual caminho trilhar, o que é algo de valor inestimável.

Um aspecto não mudou em nada ao longo do tempo no comportamento feminino, salvo algumas (ou até quem sabe muitas) exceções: a maioria das mulheres é romântica e uma porção maior ainda acredita no Amor. Isso pode ser percebido na quantidade de filmes, músicas e livros de Amor que estão em cartaz, tocando nas rádios ou chegando às prateleiras todos os dias. Se não houvesse público para isso, todo esse material iria direto para o lixo. Dessa maneira, creio que o principal consumidor desses sonhos que os inspirados artistas oferecem em suas obras são as mulheres. Eu mesma suspiro ouvindo alguma música romântica no rádio. Creio que é da minha natureza adorar o Amor. Sugiro que todas mulheres façam o mesmo, pois a vida é curta demais para não sentir no coração uma emoção tão magnífica como essa. Estar aberta a sentir o Amor, a viver um relacionamento realmente completo e cheio de verdade e puros sentimentos devia ser o objetivo de todas nós. Acreditem mulheres: o Amor realmente existe e ele é o melhor sentimento que eu conheci em toda a minha vida.

Belas, faceiras, românticas. Mulheres serão sempre maravilhosas!

Felicidades no nosso mês!

Eleonora Reis.

terça-feira, 15 de março de 2011

Luzes


Iluminação, em geral, é algo bastante importante na vida das pessoas. O grande Thomas Edison, também conhecido como ‘Feiticeiro de Menlo Park’, revolucionou o estilo de vida da sociedade com a invenção da lâmpada incandescente. Imaginem que sem a iluminação elétrica eu provavelmente estaria escrevendo esse texto num pergaminho à luz de velas. O texto deveria ser impresso, distribuído e vendido para chegar ao destino final que são vocês leitores. Quanto tempo perdido, não é mesmo? Além do alto custo que isso implicava. Hoje, eu escrevo no meu caderno eletrônico, copio, colo no meu blog, publico e pronto! Está acessível para todos. Esse é apenas um exemplo das incontáveis facilidades que a luz proporciona.

Por outro lado, existe também o excesso de luz – solar por exemplo. Vejo meninas lindas exporem sua pele absolutamente íntegra a radiações extremamente nocivas. Muitos vão dizer: existem protetores e bloqueadores solares com fatores altíssimos que protegem a pele. Desculpe, mas com a pele extremamente ‘bronzeada’ como eu vejo por ai, tenho certeza que o sol entrou até no DNA daquelas garotas. Obviamente, não se pode contestar algo que é feito por vontade própria (e vice-versa), de forma que se elas amam se estirar no sol, eu fico na sombra bem longe de possíveis insolações que já tive uma ou duas vezes na vida e que me deixaram absolutamente traumatizada. Felizmente, o ser humano tem a capacidade de aprender com os erros anteriores e escolhorer o caminho mais seguro, que é o meu caso. Adoradoras do sol: sol sim para vocês e sempre, mas com moderação.

Como mencionei acima, não sou muito de tomar banho-de-sol, até porque minha pele é extremamente branca. Na realidade, não sou de grandes luzes acesas também. Eu vivo num apartamento absolutamente cheio de lâmpadas por todos os lados. Mas quando chego em casa e acendo elas meus olhos se cansam. Então, ligo apenas o abajur, o computador e escrevo o meu texto. Me sinto bem na meia-luz. Na realidade, a meia-luz é meio mágica! Namorar, por exemplo, no escuro total não tem graça, pois você nem consegue ver a pessoa. Namorar com sete lâmpadas acesas – como tem no meu quarto – é muito sem ‘clima’. Agora, namorar com o seu amor à meia-luz com todo o carinho é algo de valor inestimável. A meia-luz também é algo que remete à aurora e ao crepúsculo que, dizem, são horas mágicas. Eu sempre gostei dos dois: nunca me esqueço de ficar observando o sol nascer na beira do mar certa vez, assim como de todas as vezes que fiquei observando as nuances rosadas que se formavam no céu enquanto o sol estava se pondo. Eu, sempre sonhadora, com o pensamento no Amor observando a luz do sol na aurora e no crepúsculo.

Creio que nem sol demais, nem de menos. Nem luz demais, nem de menos. Novamente ele: o equilíbrio. Dessa maneira, pode-se viver melhor, salvar a pele de eventuais problemas drásticos como se vê por ai e economizar bastante energia. Uma solução simples que até minha coleção de corujas de porcelana aprovou.

Um dia iluminado!

Felicidades e sorte sempre!

Eleonora Reis.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Leituras X


Olhai as Aves do Céu

6 – Não queirais entesourar para vós tesouros na Terra, onde a ferrugem e a traça os consomem, e onde os ladrões os desenterram e roubam. Mas entesourai para vós tesouros no céu, onde não os consomem a ferrugem nem a traça, e onde os ladrões não o desenterram nem roubam. Porque onde está o tesouro, aí está também o teu coração.

Portanto vos digo: Não andeis cuidadosos da vossa vida, que comereis, nem para o vosso corpo, que vestireis. Não é mais a alma do que a comida, e o corpo mais do que o vestido? Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem fazem provimentos nos celeiros; e, contudo, vosso Pai celestial as sustenta. Porventura não sois muito mais do que elas? E qual de vós, discorrendo, pode acrescentar um côvado à sua estatura? E por que andais vós solícitos pelo vestido? Considerai como crescem os lírios do campo; eles não trabalham nem fiam; digo-vos mais, que nem Salomão, em toda a sua glória, se cobriu jamais como um destes. Pois se ao feno do campo, que hoje é e amanhã é lançado no forno. Deus veste assim, quanto mais a vós, homens de pouca fé? Não vos aflijais, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos cobriremos? Porque os gentios é que se cansam por estas coisas. Porquanto vosso Pai sabe que tendes necessidade de todas elas. Buscai primeiramente o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas se vos acrescentarão. E assim não andeis inquietos pelo dia de amanhã. Porque o dia de amanhã a si mesmo trará seu cuidado; ao dia basta a sua própria aflição. (Mateus, 19-21, 25-34) O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Gosto muito dessas palavras de Jesus quando ele se refere às aves do céu e aos lírios para exemplificar que na simplicidade do campo pode estar uma grande beleza que Deus, na sua infinita misericórdia, provê. Eu, particularmente, sou uma apaixonada pela natureza e, casualmente, lírios são minhas flores favoritas e adoro pássaros. Poderia passar horas e horas observando o movimento dos pássaros nas árvores ou admirando um campo de lírios. Na realidade, o mais importante dessa passagem do Evangelho é o exercício da fé em Deus, a certeza de que buscando os caminhos corretos Deus estará abrindo as portas para seus filhos e mostrando onde está o verdadeiro tesouro de todos nós: no coração. De certa forma, esse texto vem corroborar com a crônica que escrevi ontem, na qual eu escolhi o Amor como sendo mais importante que o dinheiro e que realmente valeria a pena durar até o infinito. O Amor, sem dúvida, tem um valor incalculável. Feliz da pessoa que acredita em Deus, acredita em Jesus, está certa da sua fé no futuro, na providência divina e tem Amor no seu coração. Esses são os abençoados da Terra. A simplicidade também é abordada por Jesus quando ele refere-se aos lírios: ‘nem Salomão, em toda a sua glória, se cobriu jamais como um destes’. Levando em consideração que o lírio é uma flor simples que nasce no campo, mas extremamente bela; Ele quis dizer que os excessos que as pessoas cometem por vaidade não necessariamente as transformarão num lírio. Ou seja: o menos é mais. Amor, fé e simplicidade: combinação perfeita.

Felicidades e sorte sempre!

Eleonora Reis.

domingo, 13 de março de 2011

Até o Infinito


Pensei hoje sobre o que realmente seria importante para durar infinitamente. Algo que valesse a pena não só por uma utilidade em si, por uma necessidade ou por um capricho. Algo que pudesse repercutir de forma decisiva na minha própria vida, mas também nas próximas gerações e gerações subseqüentes a essas. Então, pesei várias coisas na minha velha balança de alquimista: pensando nas coisas que a maioria das pessoas preferem a primeira que me veio em mente foi o dinheiro. Imaginem viver com muito dinheiro - rios e rios de dinheiro. Bem, dinheiro é, definitivamente, necessário e todos precisamos ter um mínimo de bem-estar que ele proporciona, mas o excesso de dinheiro pode levar as pessoas a tantos vícios, pode modificar, inclusive, o caráter e levá-las a cometer as mais esdrúxulas atrocidades. Quantas famílias se destruíram por dinheiro? Quantas mortes causadas por causa de dinheiro? De que adianta estar cheio de dinheiro na conta bancária e viver uma vida miserável e infeliz? Nada. Além disso, uma família que tem uma herança grande pode, mais cedo ou mais tarde, ir a ruína pela má administração dos bens. Sem falar no velho ditado popular que diz que ’aquilo que Deus dá, Ele pode retirar’. Com essa reflexão, decidi que dinheiro não é algo que seja importante o suficiente para durar infinitamente. Dinheiro é necessário apenas.

Depois pensei em felicidade. Essa me balançou bastante. Quem não quer ser feliz? Creio que todo mundo tem esse sonho de viver em plena e absoluta felicidade. Mas depois pensei um pouco sobre como seria a vida se todos não passássemos por nenhuma adversidade: não ocorreria a evolução, pois é através das provas da vida que nos tornamos mais maduros e mais fortes. Parece contraditório, eu sei. Mas é sofrendo que nos tornamos seres humanos melhores. Então, conclui que a felicidade é muito boa, mas que assim como existem ciclos de claro e escuro, a vida tem momentos felizes e outros tristes. Dessa forma se mantém o equilíbrio.

Por último veio o meu favorito de sempre: o Amor. Falar sobre o Amor para mim é algo sempre maravilhoso, pois creio que todas as formas de manifestação dele são divinas. O Amor entre os familiares, o Amor entre dois amantes, o Amor entre amigos, Amor aos animais, o Amor ao planeta, o Amor a Deus e o Amor a Jesus. Eu devo estar me esquecendo de citar milhares de outras formas de Amor que possivelmente existam. Contudo, creio que todas elas são manifestações desse mesmo sentimento que para mim é absolutamente perfeito. O Amor se perpetua de mais variadas formas, mas principalmente através do nascimento de uma criança. Quando o pai e a mãe se amam verdadeiramente, aquele amor é transmitido para todas as células do corpo do bebê mesmo que a ciência médica não tenha como mensurar isso. Além disso, durante o desenvolvimento dele em contato com os pais ele aprende o que é o amor, por isso é sempre importante dar bons exemplos e evitar brigas. Dessa maneira, essa criança se tornará um adulto que também acreditará no Amor, que estará presente em suas relações interpessoais e afetivas, no seu trabalho, no seu estilo de vida como um todo. No dia em que ele encontrar o seu par para construírem uma vida juntos, novamente ele fará isso por Amor, assim como seus filhos o farão, os filhos dos seus filhos e assim infinitamente. Creio que usei uma argumentação boa para que coloquemos mais Amor nas relações e para que perpetuemos esse sentimento tão puro por toda a eternidade. O Amor definitivamente é o meu escolhido para ir para o infinito.

Felicidades e sorte sempre!

Eleonora Reis.

sábado, 12 de março de 2011

O Som das Águas


Nada mais belo e relaxante que o contato com a natureza. Para quem vive nas grandes cidades no meio de uma multidão de desconhecidos, um mar de carros e com mil coisas para fazer todos os dias, devia saber que cinco minutos meditando ao som de uma bela melodia e de sons da natureza é algo excelente de se fazer. O ideal mesmo seria ir até um local e estar diretamente em contato com a natureza: como nas imediações de rio ou perto do mar. Mas isso nem sempre é possível, então se pode ouvir CDs com esses sons gravados que também têm um excelente resultado. Toda essa conversa, na realidade, é para contar uma história muito bonita de uma jovem que conheci ha um tempo atrás. Como não vou revelar a identidade verdadeira dela, vou chamá-la simplesmente de Maria.

Maria vivia atarefada demais para prestar atenção a qualquer coisa. Ela corria de um lado para o outro da cidade e trabalhava muito. Aconteceu que um determinado dia, Maria tropeçou de saltos altos num degrau e torceu o tornozelo. Então, ela foi obrigada a ficar um tempo em casa: local muito arborizado e que passava um rio de pedras com água muito cristalina atrás. Ela não podia caminhar muito, então tirava os tênis e sentava-se na beira da água para molhar os pés. Numa ocasião, um rapaz da mesma idade dela mais ou menos, se aproximou sorrindo e quis fazer amizade. Eles voltavam naquele mesmo local todos os dias para conversar sobre vários assuntos. Ele a presenteou com vários CDs, inclusive uns de meditação. A amizade deles foi crescendo e se tornou algo mais sério. Então, eles começaram a namorar e acabaram se casando. Viveram felizes por algum tempo e tiveram um filho. Infelizmente, devido a um câncer de laringe, seu marido veio a falecer.

Maria se sentiu muito desamparada e triste, pois ficou só para cuidar de seu filho. Resolveu que seria melhor para os dois mudar de cidade para recomeçar a vida. Ela lembrou dos CDs que o marido havia lhe mostrado com o sons da água do mar e pensou que viver perto do mar seria mais apropriado para os dois. Quando já estavam com as malas prontas, Maria foi entregar as chaves para o novo inquilino do apartamento. Eles marcaram na entrada do prédio para facilitar. O que chamou atenção de Maria foi que ele estava escrevendo alguma coisa num caderno. Ela não resistiu e perguntou o que ele escrevia. Ele disse que era filósofo e que aqueles eram seus pensamentos acerca da vida e de Deus. Maria ficou encantada com o que leu rapidamente e expressou isso nitidamente nos olhos. Ele perguntou se ela gostaria de tomar um café, pois fazia frio. Eles foram tomar um café juntos e conversaram sobre muitas coisas interessantes e novas para ela. A partir daquele dia, surgiu uma amizade enorme que se tornou em algo maior: eles se casaram e foram morar na cidade que Maria escolheu para viver. Da janela, à noite, Maria ouvia o som do mar. Maria ficou grávida novamente: agora de uma menina. Eles foram muito felizes e viveram um grande Amor. A vida foi bem injusta com Maria, seu segundo marido também faleceu e de forma muito grotesca: queimado num incêndio de um trem desgovernado. Ela chorou muitas e muitas lágrimas, mas foi bravamente forte para superar suas duas perdas. Ela se sentia consolada na presença de seus filhos e sabia que através deles os dois amores que ela teve e seu legado seria perpetuado para todo sempre.

Maria é uma mulher forte que teve de lidar com perdas e enfrentar superações. Ela é um exemplo para todas nós.

Felicidades e sorte sempre!

Eleonora Reis.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Grito de Gaia


Certa vez, creio que no ano passado, eu escrevi um texto acerca de catástrofes naturais e levantei a tese de que estas seriam uma resposta da Mãe Natureza a todas as agressões que ela constante e ininterruptamente vem sofrendo ao longo dos séculos. Imaginem-se na condição da pobre Gaia: ela oferece tudo que o homem precisa para seu sustento, para o seu bem-estar e para o equilíbrio de todo o planeta. Além disso, Gaia não se vende por meia dúzia de moedas: ela oferece o melhor de si por verdadeiro Amor à humanidade sem esperar absolutamente nada em troca. Mantendo esse tão sonhado equilíbrio todos poderíamos viver em paz, as mesas seriam fartas de bons cereais e frutos e Gaia não precisaria reagir às agressões para se defender. Para quem acredita em sinais como eu, vários pássaros acabaram de cantar juntos bem ao lado da minha janela agora. Talvez seja a confirmação da Grande Mãe. Para quem não acredita em nada, pelo menos deve ter assistido ao noticiário ou lido a respeito dos terremotos que atingiram o Japão na última quarta-feira (9/3/2011) e também na sexta-feira (11/3/2011). Além dos estragos causados pelos tremores, do tsunami que seguiu, dos mortos e feridos; o eixo da terra foi modificado. Diante dessa última informação eu acho que devemos desacelerar um pouquinho e pararmos alguns instantes para pensar: creio que esse é um forte sinal de mudanças dos tempos, pois a Terra está dizendo isso. Devemos, então, continuar a tratá-la com menosprezo e com indiferença? Seria a Grande Mãe Terra uma prostituta de baixo nível? Nunca! Nunca falemos de Gaia assim! Ela, que zela pelo equilíbrio de todo o nosso planeta, que com Amor faz as boas sementes brotarem no seu solo fértil permitindo que os ciclos se renovem e as espécies se perpetuem. Gaia está avisando: o momento é de mudança e renovação no planeta. Gaia está dando um basta a toda mentalidade antiga que fez grandes estragos nos recursos que ela sempre oferecia e que foram muito mal utilizados. Ela está fazendo essas mudanças tão radicais e abruptas porque quer permanecer e quer sobreviver para poder manter o equilíbrio na Terra.

Depois da tempestade sempre vem a bonança. Pelo menos é o que todos dizem. Por quanto tempo ainda iremos sofrer as conseqüências dos nossos próprios atos para com a Mãe Terra eu não posso determinar. Acho que vai da vontade de Jesus e de Deus. Então, eu que não sou da religião Celta, mas que gosto de ler a respeito penso de forma otimista: em breve será primavera no hemisfério norte, ou seja, o início de um novo ciclo de renovação da natureza. Como todos esses estragos aconteceram por lá, pode ser que nesse recomeço o homem comece a tratar melhor a Grande Mãe. O fato é que traímos Gaia de todas as formas possíveis e agora é preciso concertar – e rápido. Para isso, devemos tomar apenas dois caminhos: respeitá-la e amá-la. Não podemos esquecer: a Mãe Terra é uma mulher de cujas entranhas toda humanidade depende.

Felicidades e sorte sempre!

Eleonora Reis.